segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

rock-art!

ARTE RUPESTRE E EFEITOS SONOROS

Original Title:
ROCK ART AND SOUND EFFECTS



Tradução livre:

Uma sub-area de estudo menor, mas interessante, da arte rupestre se refere à acústica dos sítios arqueológicos onde estas pinturas foram feitas. Segundo alguns investigadores, é possível encontrar efeitos acústicos interessantes nestes locais. Onde a arte rupestre é feita sobre penhascos, acredita-se que a forma dos penhascos frequentemente acarreta num forte "eco", diferente do que ocorre em outras seções nas proximidades de um rochedo. Medições da intensidade destes ecos em várias superfícies pintadas em cavernas européias sugerem que este pode realmente ser o caso. Em 2000, Lucy Rault escreveu em "Musical Instruments: Craftsmanship and Tradition from Prehistory to the Present", que "investigações comparativas em Niaux têm igualmente demonstrado que nessa caverna, lugares com ecos particularmente fortes também tem pinturas associadas, sendo que algumas delas, marcam significativamente lugares onde os sons perduram por vários segundos. Assim, podemos concluir que a escolha de locais para inscrições na parede parece ter sido feita, principalmente, com base na sua qualidade sonora. Às vezes, paredes inteiras permanecem vazias, onde o espaço correspondente, apesar de ser vasto, não produz eco. Por outro lado, locais propícios para ecos são marcados e pintados, mesmo se sua localização torna a realização da decoração difícil de realizar. "(Rault 2000:22).




[Bisão - Caverna de Altamira - Espanha]



Pelos fortes ecos e reverberações encontrados nestes sítios, nas cavernas da Europa, devemos nos questioner o que estava ecoando? A mais obvia resposta seria o som dos animais pintados nas paredes. Os gritos destas criaturas deveriam ser imitados pelos lideres espirituais ou por membros talentosos do clã. Outra possibilidade poderia ser o lúgubre chiado de um rombo (instrumento musical do tipo aerofone – [1]). Sobre isso, John Pfeiffer escreveu em 1982 (p. 180) que "ossos ovais e objetos de marfim com desenhos abstratos esculpidos neles e um buraco na ponta proporciona um alto chiado quando colocado a girar com um fio, sugerindo que o som de um rombo comoveu as pessoas no início do Paleolítico tal como nos tempos modernos" (os "altos chiados" de Pfeiffer podem ter vindo de um rombo num fio curto, visto que um modelo mair num fio mais comprido poderia ter proporcionado um chiado menor). Especialmente no caso de pinturas de bisão ou outro animal cuja vocalização é composta de grunhidos, rugidos ou roncos, ouvir o som de um rombo ecoando ou reverberando atraves da camara deve ser sido surpreendente, para dizer o mínimo.




[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Rombo_(instrumento_musical)
O rombo é um instrumento musical, mais precisamente um aerofone livre. O rombo é constituído por uma pequena tábua extremamente achatada (geralmente de madeira, mas podendo ser de osso, plástico ou outro material), com um furo numa das extremidades, por onde se amarra uma corda. O instrumento é posto em ação segurando a corda numa extremidade e pondo a outra extremidade com a tábua a girar no ar. O som é produzido pelo fendilhamento do ar do objeto em movimento. Consequentemente, o rombo é considerado um aerofone livre, de interrupção, de oscilação. O rombo remonta desde os tempos primitivos, e tem sido assinalada a sua presença em várias culturas do planeta. Na Austrália ainda é usado com uma função ritual.



Nenhum comentário:

Postar um comentário